A história do Judô é admirável.
Em 1877, mestre JIGORO KANO, era então estudante da Universidade Imperial de Tóquio, se interessou pelo Jiu-Jitsu que naquele tempo estava em decadência. Estudou vários estilos com diversos professores.
Em 1880 JIGORO KANO forma-se em Filosofia, Economia e Ciências Políticas. Sua tese de formatura foi a adoção do Judô como o uso mais eficiente da energia física e mental.
Em 1882 JIGORO KANO cria o Judô, este esporte que é, hoje em dia, praticado pelos povos de todas as partes do mundo tendo milhões de adeptos.
Funda a sua escola a que deu o nome de Kodokan (Escola onde se aprende o Caminho).
O início da escola é muito modesto. Apena 9 alunos. No fim do segundo ano, existem 16 alunos, mas seu número cresce regularmente e, em 1886 já são mais de 100.
Esse sucesso notável não é consequência de uma série de circunstâncias favoráveis, mas, sim, das qualidades próprias do Judô, notadamente, sua eficiência excepcional como esporte de combate e como defesa pessoal.
Esta eficácia é devida a técnicas tão originais como engenhosas, aperfeiçoadas durante séculos. É uma ciência de recursos psicossomáticos incomparáveis para o organismo humano. É a aplicação judiciosa das leis da mecânica, da fisiologia e da psicologia; o Judô é essencialmente uma técnica de combate científica que prepara e obtém a vitória de maneira racional.
JIGORO KANO, homem de extraordinária visão e grande educador, considerava que o Judô possuía, igualmente, virtudes educativas particulares para a formação do caráter e para a preparação para os combates da vida. Por isso é recomendado pela UNESCO como único esporte auxiliar na formação dos jovens pois, o Judô não é um simples exercício de força física mas, sobretudo, uma força espiritual, um autodomínio interior.
Segundo o mestre JIGORO KANO “o Judô é o caminho para a utilização das forças física e espiritual. Treinando os ataques e as defesas, corpo e alma se tornam apurados e a essência do Judô torna-se parte do próprio ser. Desse modo, o ser aperfeiçoa-se a si próprio e contribui de algum modo para valorizar o mundo. Esta é a meta final da disciplina Judô”.
A definição de JIGORO KANO, expressa toda a essência de uma prática desportiva secular que envolve algo maior, uma filosofia de vida. O Judô é uma “escola de vida”, um tipo de modalidade esportiva cujo exercício sistemático permite ao praticante aperfeiçoar-se como ser humano englobando os aspectos físico e social da natureza humana.
Aprender Judô, dominar seus principais fundamentos e movimentos mecânicos não é muito difícil. Muito mais difícil é aprofundar-se na sua filosofia, sentir o seu espírito, torná-lo prático nos seus contatos pessoais, fazer dele ideia diretriz e disciplinadora da vontade.
O Judô foi concebido para o bem-estar do homem. Deve ser um instrumento de calma e respeito ao próximo, de paz entre os seres, contribuindo para a prosperidade e o bem-estar da humanidade.
O objetivo final do Judô, tal como concebeu o seu criador, é inculcar no espírito do homem o sentimento da importância da vida, princípio da prosperidade, por meio da ajuda e concessões mútuas. Ensinado de maneira metódica e progressiva, o Judô constitui um sistema ideal de educação física e moral.
